A fotografia no cinema

Fotografia cinematográfica nada mais é que os princípios da fotografia aplicados à sétima arte, que, em inglês, possui nome próprio: Cinematography.


 Philippe Dubois já dizia que a fotografia nada mais é que um ato de contemplação, pois a escolha dos objetos não passa de uma arbitrariedade direcionada pela visão do fotógrafo, que, ao olhar através da lente, não deixa de ser um pouco Narciso. Todos os fotógrafos, sejam profissionais ou amadores, sempre sentem uma ponta de vaidade ao observar a finalização de seu trabalho, a produção de uma imagem, aparentemente extraída do real 


Portanto, podemos compreender o cinema como uma história sendo contada pelo ponto de vista de duas pessoas: o diretor do filme que trabalha junto com o diretor de fotografia. O cinema é um conjunto de fotografias que paralisam o tempo na forma de um conjunto de imagens que ganham movimento quando exibidas em sequência nas telonas. Possuem certa verdade interior que mexe profundamente com os espectadores.

fotografia-cinema
Se fosse outra pessoa que estivesse comandando as escolhas das imagens de cada um dos filmes, eles com certeza seriam completamente diferentes. A fotografia já possui o poder de contar uma história, quando bem feita. 
No cinema esse poder aumenta quase que infinitamente, talvez seja essa a magia escondida por detrás dos filmes que nos encantam tanto: conferir um ponto de vista diferente do seu ao relatar um tipo de história.      

Outro ponto interessante a lembrar, é que um filme só passa a ser um filme quando acaba, porque enquanto assistimos mergulhamos tão fundo que a projeção passa a ser nossa própria realidade, despertando nossas emoções. Exatamente por isso é que a maioria das pessoas, quando diz que um filme é ruim é porque ele não provocou nada. Essa é a função do diretor de fotografia. Utilizando a técnica de escrever com a luz, ele tem a missão de reunir uma seleção de imagens que informem e encantem ao mesmo tempo.
Esse diretor é, e sempre será, um fotógrafo. Ele define o enquadramento, a iluminação, o tempo que é necessário para destacar um momento, e todos os detalhes que devem tocar nossas emoções. Pode até parecer fácil, mas não é.
Encontrei um vídeo que mostra alguns princípios básicos que um diretor de fotografia usa. O vídeo é longo, mas o que nos interessa mesmo são os primeiros quatro minutos, que demonstram algumas das possibilidades de capturar imagens, técnicas simplesmente fotográficas. Mas, se quiser assistir tudo, ele acrescenta também questões de animação e som, que também são importantes na produção de qualquer filme.
Além disso, a fotografia “clássica” também é fundamental para a divulgação do filme. Portanto, as imagens capturadas não são apenas em “forma de filme”. Aqui está mais um desafio do fotógrafo, afinal ele deve capturar a essência dos personagens, e não dos atores. Por isso, o mais importante é saber escolher o momento perfeito.
Resumindo, não há grande diferença entre um fotógrafo e um diretor de fotografia. A única diferença é que, talvez, o primeiro tenha mais liberdade para capturar o que desejar, já o segundo deve ficar pensando, constantemente, qual será a melhor maneira para contar uma história, demonstrando o que é falado (ou não) e convidando, inconscientemente, o espectador a mergulhar fundo no mundo imaginário.
Existem milhares de filmes com produções fotográficas maravilhosas e eu adoro cinema. Vou aproveitar e destacar aqui uma das cenas que mais me encantou até hoje. O filme é “O Curioso Caso de Benjamin Button”, a cena pode ser explicada totalmente pelo título “e se apenas uma coisa tivesse acontecido de maneira diferente”. Não encontrei a cena legendada para colocar aqui, por isso vai a em inglês mesmo, para ilustrar o que é um ótimo trabalho de um diretor de fotografia. Esse filme inteiro é um excelente exemplo, mas esta foi uma das minhas cenas preferidas. Quem ainda não viu, assista! Vale muito a pena!! E comece a assistir filmes com outros olhos, tentando desvendar as intenções por detrás deles, você vai começar a perceber filmes maravilhosos – ou horríveis.


Exemplo de um estilo diferente de fotografia do filme ''Maridos e Esposas'' de Woody Allen.

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More